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Delfinoterapia


Definição

A Delfinoterapia ou Terapia Assistida por Golfinhos é uma terapia complementar que utiliza o golfinho como animal co-terapeuta na intervenção com pessoas portadoras de doenças ou deficiências físicas ou psicológicas, quer seja em crianças, adultos ou idosos. Assim, esta técnica consiste em definir metas para o tratamento individual dos pacientes, melhorando a comunicação destes com o meio envolvente.
Esta técnica começou a ser desenvolvida no ano de 1960, em Miami, por John Lilly, um investigador norte-americano que estudou a comunicação entre os golfinhos e os seres humanos.
Desde então esta forma de terapia complementar na área da saúde é cada vez mais explorada, sendo que se tem espalhado um pouco por todo o mundo, nomeadamente, Austrália, Estados Unidos da América, Israel, México, Espanha, Panamá, … , sendo que, normalmente, são utilizados golfinhos nariz-de-garrafa.




Objectivos

O objectivo da Delfinoterapia é motivacional, sendo que através do contacto com os golfinhos é possível auxiliar o processo de reabilitação de portadores de necessidades especiais, sendo que pretendem ajudar a aliviar os sintomas e não curar.
Deste modo, «consoante as características do paciente, o objectivo torna-se mais específico, podendo-se trabalhar modificações de comportamentos relativos à linguagem, discurso, desenvolvimento da motricidade fina ou grossa e pensamento concreto ou abstracto, entre outras» (Nathanson, 1980).

Destinatários

  • Atraso no desenvolvimento
  • Dificuldades de aprendizagem
  • Síndromes genéticos (Síndrome de Down, de Rett, de Angelman, ...)
  • Depressão
  • Ansiedade ou stress
  • Doenças auditivas
  • Transtornos de comunicação e de atenção
  • Autismo
  • Problemas de saúde mental
  • Cancro
  • Anorexia
  • Paralisia Cerebral
  • Pessoas debilitadas pelo alcoolismo e pela dependência de drogas


Também se pode utilizar esta terapia em grávidas, dado que os ultra-sons emitidos pelos golfinhos têm efeitos nos bebés, pois normalizam o ritmo cardíaco e ajudam a desenvolver o canal auditivo. Além disso, é provável que a mãe do bebé tenha um período de gestação mais calmo e saudável.
Apesar de esta terapia se poder aplicar em qualquer idade, as crianças são o principal alvo,pois além de ser um método de tratamento funciona como uma brincadeira. Existem mesmo tratamentos que apenas garantem resultados em crianças que iniciem a terapia entre os quatro e os seis anos de idade.




Porquê o golfinho?
Estes cetáceos são criaturas afáveis, brincalhonas e inteligentes com grande afinidade com os seres humanos e com uma enorme capacidade para o jogo, pelo que constituem um elemento motivacional essencial no tratamento dos pacientes.
O facto de serem animais curiosos e de possuírem uma grande sensibilidade acústica (ecolocalização) e de terem a capacidade de emitirem ultra-sons permite estimular o sistema imunitário, identificando condições físicas anómalas e provocando melhorias neurológicas e fisiológicas nos pacientes, nomeadamente mudanças na actividade das ondas cerebrais, regeneração dos tecidos danificados e melhorias no metabolismo celular.
Para além do mais os golfinhos têm a capacidade de comunicar com indivíduos que não são capazes de reagir ao discurso.


Como é que são as sessões de Delfinoterapia?
As sessões desta prática são acompanhadas por terapeutas e baseiam-se em programas específicos consoante as dificuldades e as características de cada indivíduo.
«Geralmente as actividades da Terapia Assistida por Golfinhos envolvem crianças que participam de sessões lúdicas especializadas, em grupo ou individualizadas, com profissionais da área da saúde (por exemplo, fonoaudiólogos, médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos dependendo da deficiência da criança e do
tipo e objectivo do tratamento), as crianças interagem com golfinhos previamente treinados, seguidas ou antecipados por sessões de estimulação cognitiva,
 física, emocional ou social» (Lukina, 1999; Servais, 1999). Assim, «as sessões de Terapia Assistida por Golfinhos são direccionadas para captar a atenção da criança e desta forma complementar ou reforçar outros tratamentos mais tradicionais» (Nathanson, 1998).
Durante as mesmas os pacientes nadam, brincam e interagem com os golfinhos, assim como realizam determinados exercícios que pretendem usar e incidir nas áreas onde os pacientes apresentam deficiências ou traumas.
«As crianças são estimuladas a entregar objectos para os animais e assistirem seu comportamento sendo estimuladas a se relacionar com o meio ambiente através da percepção dos movimentos destes encantadores animais (por exemplo, entregando um anel flutuante para os golfinhos para estes brincarem com o mesmo). Os materiais tipicamente presentes durante uma sessão de Terapia Assistida por Golfinhos são: anéis flutuantes, bolas de borracha, brinquedos aquáticos.» (Humphries, 2003; McKinney, A; Dustin, D; Wolff, R, 2001).
No entanto, devem-se ter em conta algumas precauções, nomeadamente o facto de o golfinho se apresentar saudável, de modo a não existir qualquer hipótese de transmissão para o paciente. Também se devem evitar possíveis acidentes e golpes. Para além do mais é necessário ter em consideração que nem todos os pacientes reagem da mesma forma, dependendo do seu estado mental e físico e do envolvimento familiar, e que existem indivíduos que têm medo e reagem negativamente ao contacto com golfinhos.